Tenho uma nova paixão e em breve dedicarei um post somente a minha nova atriz preferida: Kelly Macdonald, mas neste momento quero agradecer ao Paulo A. Moraes por ter me indicado The Girl In The Café, que ele definiu como sublime e definiu tudo.
Um filme espetacular, com dois atores mágicos: Bill Nighy e Kelly Macdonald, a mesma dupla que mostrou todo o seu talento na minissérie State of Play.
O filme é político e crítico, além de ser extremamente romântico, pois conta a paixão de um homem mais velho, por uma menina que ele conheceu totalmente ao acaso no Café, e sinceramente, não tem como não se apaixonar por Kelly Macdonald, que pode não ser a mais bela das atrizes, mas seu jeito tímido e seu sotaque delicioso são por si só apaixonantes.
É impressionante como diretor David Yates conseguiu equilibrar bem os dois lados, pois não deixa o filme se tornar apenas um filme bobinho de amor, sim isto está lá de uma forma extremamente pura, mas muito é muito forte quando o assunto é política e pobreza.
Sobre o lado romântico vemos duas pessoas se apaixonando da maneira mais simples, com pequenos gestos, pequenos momentos do dia a ia. A forma como Gina entra na vida de Lawrence, fazendo com que um pacato senhor, reservado, tímido e inseguro nos relacionamentos tome atitudes inesperadas, sem saber que outras mais inesperadas ainda acontecerão é muito bem contata pelo diretor David Yates (Harry Potter e a Ordem da Fênix e Harry Potter e o Enigma do Príncipe), que surpreende por contar tudo com extrema pureza, pois o romance entre os dois é dos mais puros e bonitos que o cinema, ou melhor, a televisão já produziu, mesmo se tirarmos o lado político do filme, ele já seria, como disse o Paulo, sublime.
O lado político do filme vem do fato de Gina acreditar que o G8 poderia fazer bem mais do que apenas discutir pactos e ações em comum, mas poderia lutar contra a fome e pobreza mundial, traçar metas verdadeiras para um mundo melhor e não apenas pousar para fotos e se reunir em salas.
E Gina deixa aquele lado tímido e inseguro que demonstra desde que aparece na tela, no Café, justamente para falar o que realmente sente. E é exatamente nestes momentos de força de Gina, de falar no que acredita, que o talento Kelly Macdonald vem a tona, pois ela se transforma em outra mulher, muito mais decidida e forte, e é nestes momentos que o grande Bill Nighy também mostra todo o seu talento, seu silêncio e transtorno são angustiantes nestas cenas, a química dos dois atores é enorme.
Outro momento de força dos dois atores é a conversa que possuem quando um questiona o outro os reais motivos daquela aproximação, Kelly Macdonald está simplesmente adorável na cena.
Eu poderia contar mais, porém estragaria momentos importantes do filme, mas uma das cenas principais de Bill Nighy com o ministro da fazenda da Inglaterra, mostra a força que o amor de Gina teve nele, excelente.
O filme é muito bom, já entrou para minha galeria de filmes prediletos, pela magia do amor entre os dois e pela força em criticar de forma abertamente países ricos, sejam ingleses, franceses ou americanos, o filme critica a todos, e não perde nenhum pouco o seu romantismo.
The Girl in The Café uma destas raras obra-primas da televisão, e mais uma boa contribuição do cinema inglês a sétima arte, palmas para HBO por confiar neste belíssimo projeto.
Veja assim que puder, e não me culpe se você também se apaixonar, assim como Bill Nighy, por Kelly Macdonald.
Um pequeno e precioso diálogo do filme…
Gina: I do now know four things about Reykjavik – Bjork comes from here…
Lawrence: Spassky played Fisher here…
Gina: Zips shrink here and it is possible in Reykjavik to have a night of something quite close to love.
Até,
André C.
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Sinopse: O assessor do ministro da fazenda inglês conhece uma jovem em um café, com quem passa a se encontrar periodicamente.
Título Original: The Girl In The Café
Gênero: Drama
País: Inglaterra
Ano de Produção: 2005
Tempo de Duração: 94 minutos
Lançamento no Reino Unido: 25/06/2005
Direção: David Yates
Roteiro: Richard Curtis
Elenco: Bill Nighy (Lawrence), Kelly Macdonald (Gina), Meneka Das (Sunita) e Anton Lesser (George).
Alguém já viu A Garota do Café?
Há alguns anos atrás, talvez em 2006, eu me encontrava hospedada em um hotel de Lisboa, cansada depois de participar até altas horas de um evento da Comunidade Lusíada, e comecei a zapear os canais de TV até que achei o filme "A Garota do Café", com a Kelly Macdonald e Bill Nighy. Lembro que me interessei, primeiro por ser uma história de amor, e depois porque a medida que a história se desenrolava eu percebia uma empatia com o discurso político da personagem, ela se refere as questões do G8 de uma forma que se assemelha bastante ao meu pensamento. Aqui no Brasil, nunca vi esse filme! Uma pena! É um filme bem interessante do ponto de vista da diversão e da discussão que ele propõe. Se eu houvessem umas estrelinhas para os cinéfilos que comentam, eu daria quatro estrelas.